Acabei de ler no Folha Online que o baterista dos Rolling Stones, Charlie Watts, está com câncer na garganta. Está em tratamento e tudo leva a crer que ficará bem. Não há referências sobre as causas do câncer. Mas quando li a nota, relacionei a área em que a doença foi detectada ao fato de Charlie ser reconhecidamente um dos caras mais calados da história do rock. Uma pequena ironia...
Ao contrário do beatle Ringo Starr,por exemplo, Charlie nunca gravou nenhuma música como cantor. Em entrevistas, ou fica calado ou é evasivo. Num documentário sobre a invasão das bandas inglesas aos Estados Unidos na primeira metade da década de 60, capitaneada pelos Beatles e pelos Stones, há um trecho de uma entrevista em que Charlie está ao lado de Mick Jagger. O repórter pergunta alguma coisa ao vocalista e em seguida pergunta o que Charlie pensa sobre o que os americanos acham da banda. “Melhor perguntar a eles”, soltou o baterista, no melhor estilo “tolerância zero”.
Essa economia nas palavras deu ao baterista a fama de ranzinza, mau-humorado. Uma das histórias mais engraçadas sobre a relação da banda com o jeitão de Charlie é relatada por Mick Jagger no documentário sobre os 25 anos da banda. Conta Jagger que num determinado momento da gravação do clipe da clássica “It´s only rock’n’roll”, um “mar de espuma” começa a inundar o cenário. E vai subindo, subindo, subindo até que Jagger e os outros se olham e soltam risadas ao perceberem que esqueceram de colocar a bateria numa altura em que Charlie não ficasse encoberto pela espuma. Quando lembraram, já era tarde.
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