Projeto Pixinguinha - Coluna Extra

sábado, 16 de outubro de 2004

Projeto Pixinguinha

Ontem, depois de não sei quantos anos, entrei novamente no Teatro Álvaro de Carvalho, desta vez para assistir a volta do Projeto Pixinguinha, que reuniu os músicos Carlos Malta, Wado, Rita Ribeiro e Totonho e Os Cabra. O teatro é um caso à parte. A reforma lhe fez bem, muito bem. E é um pecado desperdiçar um espaço tão bacana. Quanto aos shows (pocket shows, digamos), vamos por partes:

Carlos Malta
Com flauta e sax, fez interpretações interessantes para clássicos de Pixinguinha, Garoto, Tom Jobim, João Bosco, Ari Barroso e Baden Powell. Confesso que não sou muito fã desse tipo de música instrumental (se fosse no rádio, depois de ouvir a primeira, mudaria de estação, certamente), mas há que se valorizar o fato de Malta conseguir animar a platéia com suas suítes e improvisos.

Wado
Conheci o som do Wado através do CD encartado na precocemente extinta revista Frente. Natural de Florianópolis, mas nascido musicalmente em Alagoas, Wado com certeza surpreendeu boa parte do público que nunca tinha ouvido sua música ou lido as boas críticas que ele vem recebendo por aí. Numa prévia do seu terceiro disco (“que chegou hoje em São Paulo”, disse), Wado mostrou, especialmente em suas letras, de onde vem essa fama de grande revelação. Nas músicas novas, sobressai a influência de Jorge Ben. Anote aí: Wado, nas palavras do próprio, “breve nas melhores casas da internet”.

Rita Ribeiro
Quem não faz parte do público cativo da cantora maranhense já fica desconfiado: será que ela é mais uma dessas artistas-da-nova-leva-da-mpb, uma espécie de confraria, que por si só já garante um selo de qualidade ao artista? Uma coisa é inegável: Rita tem uma voz das mais potentes. A abertura do show, só voz e tambor (um tipo de) já mostrou isso. E depois, com suas músicas mais conhecidas (“Jurema” e “Cocada”, além da cover “Cavaleiro de Aruanda”, inacreditavelmente gravada por Ronnie Von!), no seu som pop com uma guitarra mais pesada aqui e acolá, a voz de Rita se destaca. Entre os quatro shows, foi o mais produzido, especialmente no quesito iluminação.

Totonho e Os Cabra
Disparado o mais interativo e descompromissado show da noite. Totonho é um figuraça. No caso dele, ser desengoçado é uma grande virtude! E as músicas desse paraibano descoberto no Rio de Janeiro, “onde vegetava”, misturam-se ritmos nordestinos, principalmente embolada, guitarras (ora funk, ora rock) e letras divertidas sobre cabras, bodes, feiras, preguiça...Com o auxílio de Wado, Rita Ribeiro e Carlos Malta, Totonho encerrou a noite com a música “Nhem-nhem-nhem”.

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