Eu não vou insistir, vou cancelar

O Link é talvez o melhor caderno de informática/tecnologia/internet. O Caderno 2 e o Aliás (que circula aos domingos) são cadernos para guardar e reler outras tantas vezes. Mas lendo a manchete da edição de hoje de O Estado de S.Paulo decidi não levar em conta tudo o que o jornal tem bom e cancelar minha assinatura. A manchete diz: “Lula insiste em supergasoduto, que para Bolívia é maluquice”. Só que o texto de apoio nem cita o nome do presidente e diz que a insistência é dos governos do Brasil, da Argentina e da Venezuela - o que faz uma enorme diferença. Tanto que dentro, na capa do caderno de economia, a manchete aparece de forma “mais correta”, dizendo que “Líderes insistem em supergasoduto” (com direito até a foto do presidente da Venezuela, Hugo Chávez - e nenhuma de Lula).
Minha queixa não é movida por questões políticas ou partidárias. Se o Estadão quer apoiar o candidato Fulano, que faça bom proveito. O que me deixou profundamente irritado tem a ver com questões éticas e jornalísticas. Me senti enganado diante de uma manchete claramente distorcida. E qual leitor, consumidor ou assinante gosta de ser feito de bobo? Eu não gosto (ainda que saiba que manchetes desse tipo não são privilégio do Estadão e nem estão com os dias contados, infelizmente).

Na capa, Lula insiste.

No caderno, são os líderes.