
Coluna Extra - Na sua avaliação, quais as principais virtudes do jornalismo online brasileiro na atualidade? E os defeitos?
Mario Lima Cavalcanti - Em se tratando de pessoas, posso dizer que temos excelentes profissionais nessa área. O Brasil possui jornalistas que são verdadeiros investigadores das mídias digitais. É o que eu vejo diariamente. Podem não ser muitos, mas o país tem mentes brilhantes na área sim. Em termos de veículos, alguns procuram explorar as potencialidades do meio, mas, no geral, quando o assunto é hard news - e aqui não sei se cabe classificar como defeito -, é igual ao resto do mundo: noticiários geralmente alimentados pelas principais agências de notícias.
Coluna Extra - Como você analisa a relação entre a formação profissional e o mercado de trabalho no jornalismo online? A preocupação com a formação para esse meio já é uma realidade? E o mercado busca profissionais com uma formação específica?
Cavalcanti - A coisa toda está evoluindo nesse sentido. Vejo cada vez mais estudantes e jornalistas interessados no meio online buscarem especialização na área. O mercado, naturalmente, começa a se tornar mais exigente nesse sentido e procura dar valor a quem possui uma formação mais voltada pro meio, para quem já teve experiência em veículos digitais etc. Há cerca de dez anos, por quase não existir cursos e disciplinas ligadas exclusivamente a esse meio, dava-se muito valor a quem o conhecia, a quem era “rato de internet”. Não digo que isso mudou, mas o mercado hoje já pode exigir isso “por escrito” (diplomas, certificados etc).
Coluna Extra - Em termos de relação com os leitores, que estratégias têm sido mais positivas no sentido de atrair e manter audiência diante da oferta de tanto conteúdo?

Coluna Extra - Que peso o uso de ferramentas como o RSS tem nessa relação com o leitor? O RSS traz mais vantagem para o site do que o envio de notícias por email?
Cavalcanti - O RSS e outros modelos de distribuição de conteúdo - como o Atom - caíram do céu para acompanhar a “overdose de informação”. RSS hoje em dia é essencial. Vai além de contribuir com a audiência, vai além de ser mais uma opção para o leitor. Na internet, só leio notícias a partir de leitores de webfeeds. Por aí você já pode tirar conclusões. A facilidade e a proposta do padrão realmente me conquistaram. E conquistaram os principais jornais do mundo todo. É um padrão que anda de braços dados com a chamada “Era da Informação”.
Coluna Extra - Por fim, gostaria de um comentário seu sobre o resultado da pesquisa que indicou que as pessoas criam blogs mais por hobby do que por interesses jornalísticos. Ainda assim, na sua opinião, os blogs podem representar uma nova forma de jornalismo?

Alexandre, ótima a entrevista. Acho que o jornalismo online vai se expandir ainda mais se primeiro as redações passarem a utilizar melhor a internet para a apuração jornalística. Já usam, claro. Mas poderiam usar melhor as ferramentas que a rede pode oferecer, fazendo com que esta nova cultura possa naturalmente reforçar o jornalismo feito especificamente na rede.
ResponderExcluirVou indicar no meu blog a entrevista. Um abraço!
Oi, Ale! Tudo bem por aqui?
ResponderExcluirEu também gostei da entrevista e fico contente que o pessoal está 'acordando' para o jornalismo interativo. Parabéns a você e ao Cavalcanti!
bjsss
Material muito interessante, ainda mais com um tema que tanto tem se misturado ao meu trabalho. Cristina Dissat, blog Fim de Jogo.
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