Houve uma vez dois verões - Coluna Extra

sexta-feira, 18 de junho de 2004

Houve uma vez dois verões

- Comeu?
- Comi.
- Jura por Deus?
- Juro.
- Juro pela tua mãe?
- Juro.
- Jura pela bunda da Silmara?
- Juro.
- Ah, e a Roza não tem uma amiga? Sim, porque se ela deu, a amiga também deve dá. Só pode.


O diálogo acima é travado pelos amigos adolescentes Juca e Chico no filme Houve uma vez dois verões, de Jorge Furtado. Assisti no feriado de Corpus Christi. E gostei muito. Não supera o ótimo O homem que copiava, também de Furtado, mas é um filme curioso, com um argumento interessante (tudo acontece no fim do verão, quando a "maior e mais chata praia do mundo" já está deserta).
Como indica o teor da conversa entre Juca e Chico, o roteiro trata da ansiedade amorosa e "amorosa" da adolescência, mas surpreende quem pensa que o filme é uma versão abrasileirada de Porky's, American Pie ou qualquer outra comédia sobre adolescentes. Na comparação com O homem que copiava, fica a constatação de que Jorge Furtado, além de excelente diretor, é disparado o melhor roteirista do cinema brasileiro, sem exageros.

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