De pelada a gente entende - Coluna Extra

segunda-feira, 9 de janeiro de 2006

De pelada a gente entende

Sempre defendi os campeonatos estaduais, especialmente por causa da rivalidade (naquela base do “o Avaí pode não ganhar o título, mas se ganhar o clássico já está ótimo”). Mas é inegável que o interesse dos torcedores é maior pelo desempenho dos times no Brasileirão. E é estranho pensar dessa forma se for levar em conta o que os quatro principais times de Santa Catarina fizeram nas séries A, B e C de 2005:

- Na A, o Figueirense se arrastou, ficou ali na rapeira praticamente durante todo o campeonato;

- Na B, o Avaí chegou entre os oito finalistas, mas fez um papelão, menor é verdade se comparado ao Criciúma, que desceu para a C;

- E lá, em 2006, o Tigre vai encontrar o Joinville, que ficou no meio do caminho e não conseguiu retornar à B.

É nesse clima “teu passado recente te condena” que o Catarinense 2006 vai começar nesta quarta-feira, dia 11. E a minha expectativa é de que esse será um dos piores campeonatos de todos os tempos. O time menos meia-boca tem grandes chances de conquistar o título. E quem corre o maior risco de “micaço” é justamente o meu time, o Avaí, porque é certamente o mais pressionado por causa da falta de títulos (a última conquista foi o Brasileiro da série C de 1998). Como se isso não bastasse, anunciaram uma mega-parceria que (ainda) não se concretizou.

Para saber se essa má impressão é coisa só da minha cabeça (e do meu coração avaiano) ou não, decidi fazer uma tabelinha recheada de bom humor com colegas do Peladeiros Futebol Clube, que há mais de três anos se reúnem uma vez por semana para animadas rodadas (primeiro de futebol, depois, de cerveja). A bola está rolando...

Ponta de estoque
“O campeonato terá a mesma cor pálida dos últimos anos: nem mais azul nem mais vermelho, a mesma matiz, o que é terrível, pois se piorasse bastante poderia surgiu algum fato interessante: pior campeonato do país, lances bizonhos, time que mais mudou de técnico. Mas não espero nada de excepcional. Teremos times meia-bomba, jogadores ponta-de-estoque onde o melhorzinho entre eles vai virar ‘craque’.
(Sérgio Negrão, músico e jornalista)

O Juventus vem aí
“Belmonte, técnico do Guarani, foi convidado do Debate Diário, programa da rádio CBN-Diário, na semana passada e numa das duas ou três oportunidades que ele teve pra falar apontou como possível destaque do Catarinense o Juventus, de Jaraguá do Sul. Pelas contratações e pelo tempo que vem treinando, disse. Talvez isso resuma a situação. Mas pode ser também que o Paulo Brito (comentarista) deu oportunidade demais pro Belmonte falar.”
(Mateus Boing, jornalista)

Qualquer campeão
“Acho que vai um dos mais fracos dos últimos anos, senão de todos os tempos. Nenhum clube está investindo. Para se ter uma idéia, a maior contratação até o momento é Dejair, do Criciúma. O Figueirense, único catarinense na Série A, está segurando as contas para o Brasileiro.O Avaí, único de Santa Catarina na Série B, anunciou a parceria que virou mico. Os últimos nomes anunciados chegam a dar uma certa esperança (pequena, é verdade). Criciúma, Joinville, Atlético e os demais não devem apresentar nada de importante. O Caxias, por exemplo, ainda não tem nem time-base. Enfim, vamos torcer para este campeonato acabar logo, com qualquer campeão, para depois podermos saborear melhor os campeonatos nacionais.”
(Ewaldo Willerding, jornalista)

Sem sentido
“Vocês querem saber mesmo o que acho que acaba com o campeonato brasileiro e a exportação de craques pro exterior? A existência destes campeonatos regionais. Não vejo sentido algum ter Campeonato Catarinense (pelo menos não com os times que participam o brasileiro, seja em qualquer série). Vejam se na europa tem campeonato gaulês, ou catalão ou basco.”
(Fábio Brüggemann, escritor)

Fórmula enxuta
“O Campeonato Catarinense deveria ser mais curto. Com oito times, no máximo. A Série A-2 deveria ser realmente transformada numa prévia da A-1. Já é um pouco isso. Juntava uns 10 times pequenos, com eles se matando até sobrar só quatro. Aí esse quatro enfrentam os quatro grandes (desde que eles tenham vaga garantida em uma das três séries do Brasileiro). A primeira fase pode ter qualquer tamanho, vai ser disputada no segundo semestre do ano anterior. A fase final, com os grandes, teria dois quadrangulares, e depois, duas semifinais e final. Se jogasse quarta e domingo, fechava o campeão em dois meses. Podia começar no final de janeiro e terminar no final de março.”
(Maurício Xavier, jornalista)

Filme repetido
“Aposto num ‘catarininha’ medonho que nem o do ano passado com o Figueira fazendo papelão, o Leão morrendo na praia, alguma equipe do interior de nome estranho e com a melhor campanha perdendo a final para um ‘time grande’ com vaga na série C. Mas também pode acontecer uma final emocionante, tipo Tubarão e Chapecoense ou Lages e Marcílio Dias.”
(Gustavo Cabral, jornalista)

Pai Castiggia
“O Brusque vai ser a sensação. O Guarani, o rouba-pontos. O Criciúma, o quase-chega. O JEC, o favorito que será desclassificado pelo Marcílio. O Juventus, o vice-lanterna. O Metropolitano, o pede-dinheiro pro da Barba no meio do torneio. O Caxias, o pede-dinheiro antes do meio do torneio. O Marcílio vai perder para o Avaí na semi-final. O Atlético, depois de passar pela Chapecoense, perde para o Figueira na outra semi-final. Na final, o Avaí empata a primeira. E perde roubado o título.”
(Marcos Castiel, jornalista)

2 comentários:

  1. Campeonato estadual é tão ultrapassado que já dá para chamar de competição medieval.

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  2. "Campeonato estadual é tão ultrapassado que já dá para chamar de competição medieval."

    Ultrapassado ? pq ???

    Acho que tá faltando alguns perceberem a dimensão do país em que moram e começar a enxergar que sem os estaduais o futebol nacional não seria nada.

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