Futebol de auditório - Coluna Extra

segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

Futebol de auditório

Sábado, 8h30min, solzão em Florianópolis. Fui com meu filho até a Barra da Lagoa para assistir a segunda rodada da Copa Latina de Beach Soccer, com a participação das seleções do Brasil, Argentina, Uruguai e Espanha. Meu filho gostou. Os jogadores brasileiros realmente mandam muito bem na areia, com habilidade acima da média (no sábado, meteram 11 a 0 no Uruguai e conquistaram o título da Copa por antecipação).

Mas eu fiquei meio deslocado na arquibancada porque conferi in loco a sensação que sempre tive pela TV: beach soccer não é uma modalidade, é um programa de auditório, criado e organizado pela Rede Globo para ocupar as manhãs de domingo e a grade da SporTV. Alguma coisa de errado nisso? Talvez não, mas eu sou mais o esporte pelo esporte. Quando vira programa, fica estranho passar por situações como chegar na arena cedo e só poder entrar na arquibancada central (aquela que as câmeras mostram mais). Só depois da central lotada é que as laterais foram abertas, aos poucos. Outra situação estranha: o reinício de jogo após cada gol levava uma eternidade. Descobri a razão. Localizei o “diretor de estúdio”, um profissional da Globo na lateral da quadra com uma plaquinha na mão (verde de um lado, vermelho do outro). Depois de um gol, ele levantava a placa do lado vermelho e ficava de olho no monitor, esperando o fim do replay. Terminada a exibição do replay, mudava para verde e o juiz apitava o reinício do jogo. Futebol de auditório é isso aí.

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