Alta costura - Coluna Extra

quinta-feira, 7 de outubro de 2004

Alta costura

Na CBN, o candidato derrotado do PT à prefeitura de Florianópolis, Afrânio Boppré, disse ter recebido uma ligação do presidente nacional do partido, José Genoíno, que pediu para que qualquer decisão sobre apoio a um dos candidatos que disputam o segundo turno na capital catarinense passe pela direção estadual da sigla.
Na entrelinha, leio que o “pedido” de Genoíno é nitidamente parte de uma costura política da disputa pela prefeitura daqui com a disputa em São Paulo, entre Serra (PSDB) e Marta (PT). Lá, o PT, para derrotar Serra (o que seria ótimo para o presidente Lula; deixaria os tucanos fragilizados na oposição), precisa dos votos do derrotado Maluf, do PP. Aqui, ao contrário, o candidato Chico Assis, do PP, precisa dos votos do PT para derrotar Dário Berger, do PSDB.
Resta saber se a costura será oficializada pela cúpula dos dois partidos (ou ficará na moita) e, principalmente, se será digerida por militantes e eleitores do PT em Florianópolis a ponto de votarem no candidato do casal Amin. Acho difícil...

Por falar em Amin...
O atual professor universitário Esperidião Amin comparece com freqüência aos jogos do Avaí. No jogo Avaí e Náutico, disputado na véspera da eleição, Amin estava lá. Chegou na sua cadeira cerca de 30 minutos antes do início do jogo. Não sentou. Preferiu ficar de pé. Vestia uma camisa do Avaí com o número 11 nas costas - o número do seu partido, do seu candidato (mensagem subliminar? esperteza?). Amin só sentou quando o jogo começou. Levantou com freqüência durante os lances mais perigosos e ficou o intervalo inteiro de pé, trocando apertos de mão e conversando ao pé do ouvido com eleitores e coligados, como o candidato à vice na chapa de Chico Assis, Murilo Capella, que também assistia ao jogo.

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