Fui assistir ao filme “Ray”, que conta o início de carreira do cantor Ray Charles e que deu a Jamie Foxx o Oscar deste ano de melhor ator. Com mais de 2h30min de duração, “Ray” merece ser visto especialmente pela música. Nunca fui profundo conhecedor do trabalho de Ray Charles, mas sempre ouvi com prazer as clássicas “Goergia on my mind” e “Can´t stop loving you”. O filme presta o grande serviço de mostrar um músico criativo, autor e interpréte de grandes canções que ainda estão aí para animar e embalar corações (piegas, mas verdadeiro).
O único porém do filme, na minha opinião, é que, aparentemente, o diretor não soube dar um desfecho criativo para o roteiro. Filmou a história do início da carreira até a internação para desintoxicação do vício em heroína. Depois recorreu a imagens de discos e letreiros para trazer Ray Charles de volta para o presente até sua morte no ano passado. Faltou realmente um desfecho.
A história de Ray Charles não é a mesma, por exemplo, de Ritchie Valens, retratada em “La Bamba”, onde infelizmente há começo, meio e fim (trágico com a morte do jovem artista em um acidente de avião). Sem um “fim” embutido na história real, o diretor e o roteirista teriam a obrigação de encontrar algum ponto que pudesse servir de encerramento do filme ainda nos anos 60, início dos 70. Mas, ao contrário do Ray Charles mostrado na tela, os responsáveis por “Ray” optaram por um desfecho que passa longe da ousadia e da criatividade do músico ressaltada no filme.
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