Marca-Texto # 02 - Coluna Extra

segunda-feira, 15 de agosto de 2005

Marca-Texto # 02

Para sua leitura não perder a linha

por Fernanda B. Toesqui

Leminski na conversa

Alguém reparou na senadora Heloisa Helena recitando Paulo Leminski na CPI do Mensalão?
“Para a liberdade e luta”

me enterrem com os trotskistas
na cova comum dos idealistas
onde jazem aqueles
que o poder não corrompeu
me enterrem com meu coração
na beira do rio onde
o joelho ferido tocou
a pedra da paixão
Sabe, eu fico triste com o Leminsk, mas ao mesmo tempo que me conforta, a poesia dele me revolta. É que nem o titulo que eu coloquei lá no meu blog: Poesia azia. É bom, mas faz mal. É como um efervescente. Faz barulhinho. Cura, mas tem “gosto ruim”. Ótimo. Não, a poesia dele não é ótima nem é maravilhosa, é tortuosa porque te faz pensar que alguém já pensou e passou por isso e nada mudou. Nada curou. Faz pensar que não adianta pensar.
Leminski é o vício da virtude. Da virtude de pensar diferente, ousando em cada linha num pluralismo corrosivo, destrambelhado, deslumbrando. Será que ele sabia que ia ser uma pedreira nos sapatos dos “caras”?
Eu fico triste com o Leminsk, mas ao mesmo tempo que me revolta, a poesia dele me conforta.

“Distraídos Venceremos”

Carrego o peso da lua,
Três paixões mal curadas,
Um saara de páginas,
Essa infinita madrugada.

Viver de noite
Me fez senhor do fogo.
A s, eu deixo o sono.
O sonho, não.
Esse, eu mesmo carrego.
Mais sobre Leminski.

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Edição: Alexandre Gonçalves

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