Pizzas e CPIs

Como era de se esperar, o “cheiro de pizza” tomou conta do noticiário das CPIs dos Correios e do Mensalão. Foi a “pauta” do dia e será certamente destaque nos jornais desta quarta-feira (ainda mais depois daquele discurso torto do presidente da Pizzaria, ops, da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti). Do outro lado da mesa, dizer que não quer pizza virou “o” discurso dos paladinos da Oposição (estão de regime?).



O que será que os donos de pizzarias pensam a respeito do uso da expressão “vai terminar em pizza” de forma pejorativa, com o sentido de impunidade? Pelo o que li no site da Babbo Giovanni, uma das mais tradicionais pizzarias de São Paulo, eles não gostam muito da idéia:

“Terminar em pizza” é todo mundo junto dando risada, alegre, bebendo. A idéia é a seguinte: brigam, brigam, estão quase matando um ao outro. De repente, num entendimento, dão os braços e alegremente sentam numa pizzaria, numa mesa redonda, tomam cerveja, dão risada e então o clima muda. Talvez o uso político dessa expressão seja a usurpação indevida de algo que, no fundo, é muito agradável.

Se fosse dono de pizzaria, eu iria tirar uma onda em cima disso, criar slogans (“Se for para terminar em pizza, que seja na Pizzaria Coluna Extra”), promoções e ofertas (“Deputado cassado, desconto dobrado”). Como não sou, não resta outra alternativa a não ser fazer o pedido:

- Pois não.
- Uma pizza grande pra viagem.
- Mais alguma coisa?
- Não, é só isso mesmo.
- Tem certeza?
- Certeza absoluta. É só isso mesmo: uma pizza grande.