As experiências de Giorgia, Miguel e Nando na Índia foi um dos (muitos) assuntos interessantes no encontro de ontem (23) que reuniu alguns blogueiros aqui de Florianópoli, no Café Matisse.
Hoje, retomei a leitura da biografia de Paul McCartney, “estacionada” desde quinta-feira (22). E sabe onde estava o marcador? Na página 485, capítulo 10, com o título “O Maharishi”, que narra a passagem dos Beatles pela Índia e destaca o envolvimento espiritual e musical de George Harrison com a cultura indiana. “Em certo sentido, invejo George porque agora ele tem muita fé. Ele parece ter achado o que vinha procurando”, disse Paul em agosto de 1967 no New Musical Express, da Inglaterra.
(A ligação de George com a Índia prosseguiu, mas a relação da banda com o “guru” Maharishi terminou em desilusão. Em vez de seguir seus próprios ensinamentos, Maharishi preferia seguir a máxima “faça-o-que-eu-digo-não-faça-o-que-eu-faço”, a ponto de ele tentar seduzir uma das mulheres que estava no grupo que viajou com os Beatles.)
A impressão do Paul é emblemática, "ele parece ter achado o que vinha procurando". Achou mesmo, não uma fé barata, utilitária, mas um caminho de genuína evolução espiritual, integral como ser humano (foi a única coisa que Paul não conseguiu discernir, mas de fora pode ser difícil mesmo para alguns). Harrison teve muitos problemas e morreu de câncer porque fumou muito, mas ele achou uma verdade rara, que Lennon e Macca carregaram nas veias mas por poucos momentos dialogaram tão frontalmente com ela como George fez. (e olha que Lennon compôs músicas muito iluminadas, como "Watching The Wheels", que fala belamente do ponto de vista do meditante).
ResponderExcluirSobre a desilusão com Maharishi, isso aconteceu e desaconteceu. Os indianos parecem não conseguir gerenciar muito bem toda a máquina capitalista e a liberdade sexual (geral) que os ocidentais cultivam, e os que conseguem mantém uma visão indiana que é difícil de ser compreendida aqui. Maharishi tb foi criticado na Índia, por ter criado um movimento que "cobrava" para ensinar as pessoas a meditar direito. Eu acho que os descarrilhos dele no gerenciamento dessa missão não cancelam sua sabedoria nem seus ensinamentos. George soube abraçar a boa introdução que recebeu e depois alçou vôos mais altos, acabando nos braços de um grupo onde se sentia mais à vontade e livre com o caminho que escolheu.
PS.: O itálico entre parênteses é teu ou é do livro? Se for do livro, deve ter mais parênteses a seguir, pq houveram reencontros e outras histórias. Os Beach Boys (Mike Love, principalmente) também gostaram de aprender a meditar.
O itálico é meu (resumão da história). Mas o capítulo já abre com o Paul falando do lance da meditação e depois, em outro trecho, é destacada a importância da experiência vivida por eles para a concepção do Álbum Branco e do Abbey Road - mais criativos e, como escreve o autor do livro, “até o Ringo compôs uma música”.
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