Terminei de ler Vale Tudo, a biografia de Tim Maia escrita por Nelson Motta, e fiquei com uma certeza (já adiantada por amigos): não havia pessoa mais indicada para escrever a história do “síndico”. Vale Tudo é um livro declaradamente de amigo e fã, mas nem por isso deixa de escancarar fatos e atitudes que fizeram da vida de Tim Maia, que morreu em 15 de março de 1998, uma verdadeira montanha russa. Valeu tudo no livro. Das encrencas com polícia, justiça e contratantes ao consumo de drogas e bebidas e tudo emoldurado por sua imensa genialidade musical em compor e produzir “mela-cuecas” e “esquenta sovacos”, como o próprio Tim se referia ao seu repertório de baladas e músicas dançantes. A propósito, como as histórias de ambos se cruzam, não pude evitar a comparação: por muito menos, Roberto Carlos censurou e recolheu a biografia Roberto Carlos em Detalhes.
E entre tantas histórias, Vale Tudo mostra o lado carente de Tim Maia em contraposição ao lado escrachado, irônico e politicamente incorreto, que no fim das contas sempre prevaleceu. Nelson Motta destaca passagens hilárias como a vez em que, por pirraça, entregou sua cota de ingressos num show no famoso Scala, no Rio de Janeiro, para um grupo de moradores de rua. Sem contar gírias como “levado” (pagamento) e “bauretes” (baseado) e frases espirituosas como essa (para explicar sua crença na existência de vida extraterrestre em forma de rosquinha): “Pode ser rosquinha redondinha ou quadradinha ou gigantona. Agora, que existe alguma coisa além da TV Globo, isso existe”.
Para o lançamento do livro, a editora Objetiva criou um hotsite onde é possível ler os quatro primeiros capítulos e também ouvir 121 gravações feitas por Tim Maia. O hotsite também traz informações sobre o autor e uma área aberta para depoimentos de leitores sobre Tim. O endereço é www.objetiva.com.br/valetudo.
Tags: Música
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