No dia 17 de julho de 1988, o Avaí derrotava o Blumenau por 2 a 1 e conquistava de forma antecipada o título de Campeão Catarinense de futebol daquele ano. Eu estava lá no estádio da Ressacada, com 15 anos de idade. E lembro até hoje da conquista que se tornou inesquecível não só porque quebrou um jejum de treze anos sem título, mas porque deu referências a uma geração inteira de torcedores, entre os quais me incluo.
Até 1988, torcedores que hoje estão na faixa dos 30, 35 anos, não tinham nenhum jogador avaiano para idolatrar. Os ídolos acabavam sendo os ídolos que a geração do meu pai viu jogar e que nem jogavam mais no Avaí, como Zenon, por exemplo, camisa 10 do time campeão em 1975 e que fez sucesso no Guarani e no Corinthians. Em 1988, isso mudou.
Naquele time campeão pelo menos dois jogadores fizeram a diferença e assumiram o posto de ídolos da torcida avaiana: o goleiro uruguaio Jorge Fossati, que foi técnico da seleção do Uruguai, e o ponta-de-lança Adílson Heleno, o camisa 10, maior cobrador de falta da história recente do Avaí. Outros jogadores se destacaram na campanha, mas Fossati e Adílson Heleno viraram referências. E não por acaso, 20 anos depois, faço e ouço comentários e comparações como “esse goleiro é bom, mas tem a garra do Fossati” ou “o Avaí precisa de um camisa 10, que cobre faltas e faça lançamentos como o Adílson Heleno”.
Para comemorar os 20 anos do título de 1988, linko o áudio-documentário Avaí 1988: uma conquista inesquecível, que foi o trabalho de conclusão de Felipe Koerich e Gabriel Garcia no curso de Jornalismo da Faculdade Estácio de Sá, de São José. Com orientação do professor Ricardo Medeiros, que durante muitos anos foi plantão esportivo em rádios aqui de Florianópolis, o documentário traz entrevistas com jogadores, dirigentes, torcedores, repórteres, narradores e comentaristas, além de estatísticas e trechos da transmissão do jogo decisivo contra o Blumenau. O trabalho foi apresentado no dia 27 de junho do ano passado.
Ouça: Avaí 1988: uma conquista inesquecível.
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