O Twitter apareceu como destaque em praticamente todas as listas-retrospectivas do que “bombou” em 2008 na internet. Como usuário do site e defensor de suas múltiplas funcionalidades, sou obrigado a concordar? Sim, mas ainda falta muito para o Twitter crescer também em termos de popularidade tanto entre os internautas quanto entre os profissionais que trabalham com comunicação (estive numa reunião numa agência de publicidade onde o dono, um jovem, não sabia o que era o Twitter...). Na verdade, acredito que 2008 tenha sido o ano de consolidação dos blogs. Digo isso sem me prender a números oficiais, mas baseado em duas observações regionais, que considero significativas:
1) Portais como o clicRBS, onde trabalhei até novembro passado, aumentaram consideravelmente a oferta de blogs. Hoje, no clic são 152 blogs no total e o número tende a crescer.
2) Muita gente descobriu o formato blog apenas em 2008. Um exemplo: o “barulho” do blog Elite Azul e Branca inspirou muitos outros torcedores do Avaí a criarem suas próprias páginas para escrever sobre o time, tirar sarro do rival e rebater críticas e opiniões de cronistas esportivos. E o resultado está reunido num bloglist, totalizando 40 endereços (a maioria com atualização recente).
Então o ano do Twitter ainda não chegou? “O” ano ainda não. Para muitos, entre os quais em incluo, já é uma realidade, uma ferramenta de utilidade tanto para o jornalismo quanto para o marketing, como destaca também o artigo que reproduzo abaixo, escrito por Marcelo Tripoli, presidente da agência de marketing digital iThink e autor do blog ifound.com.br.
O fenômeno do Twitter e a snack culture
por Marcelo Tripoli
Tenho recebido muitas indagações sobre a real utilidade do Twitter, que pode ser definido, à primeira vista, como uma rede social na qual pessoas e amigos descrevem ações e acompanham detalhes do cotidiano de desconhecidos.
O grande trunfo do Twitter é, aparentemente, esse: como em um verdadeiro Big Brother, os usuários matam sua curiosidade ao acompanhar a vida alheia. A tamanha popularidade deste tipo de ferramenta chamou, é claro, a atenção das empresas, especialmente das áreas de marketing, nas quais os profissionais têm muitas dúvidas sobre a amplitude do Twitter e como ele pode ser utilizado para conectar marcas e consumidores, agregando vantagens competitivas.
Confesso que, em um primeiro contato, considerei o Twitter bastante inútil. Afinal, o que uma ferramenta em que você fica o tempo todo respondendo a uma única pergunta - o que está fazendo? – pode agregar às marcas? Enfim, qual a lógica de ler o que os outros estão fazendo e ficar o tempo todo postando o que você está fazendo?
Se o Twitter tivesse apenas esta simplicidade, seria uma cópia de outras redes sociais e ficaria, com certeza, restrito a adolescentes e determinados nichos. Porém, seu potencial é muito maior. Esta ferramenta, fundada em 2006, por uma empresa de São Francisco, nos Estados Unidos, quebrou paradigmas e tem como principal característica limitar as mensagens em até 140 caracteres. Esta restrição, em pouco tempo, concretizou definitivamente o sucesso do Twitter.
Ao limitar o tamanho dos posts, que inclusive podem ser enviados pelo celular, a ferramenta sai na frente dos blogs – mais rápida e prática para postar mensagens – e se adéqua definitivamente a um fenômeno, descrito na capa da Wired de alguns meses atrás, como Snack Culture - o consumo de conteúdo cada vez mais rápido e superficial e baseado em um mundo cada vez mais digital.
Isso faz total sentido: o tempo de atenção que dispensamos para um assunto é cada vez menor e a tecnologia tem que se adequar. Os vídeos no YouTube, por exemplo, são limitados a dez minutos.
Ok! Mas, voltamos ao Twitter, uma alternativa interessante de mídia digital para os próximos anos. Como as empresas podem aproveitá-lo? Existem diversas formas, entre as quais vale destacar:
- Pesquisar o que estão falando da sua marca ou do seu produto. Para isso, basta entrar no search.twitter.com;
- Abrir um canal de comunicação e suporte aos seus consumidores, como fez a Comcast, maior operadora de TV da cabo dos EUA;
- Divulgar conteúdos e informações em primeira mão para os consumidores que optarem por te seguir, como fez o canal Telecine;
- Transmitir ofertas de produtos e promoções, como Amazon;
- Prestar serviço, informando, por exemplo, cancelamento de vôos, como fez a Delta.
Estes são apenas alguns exemplos básicos de como o Twitter pode rapidamente ajudar a sua empresa a ganhar ainda mais popularidade e conquistar consumidores. Muitas já aderiram a esta tecnologia e estão, inclusive, substituindo blogs corporativos pelo Twitter. É a snack culture em ação com força total. E se você quer saber mais, não esqueça de me seguir no http://twitter.com/marcelotripoli.
(Siga as atualizações do Coluna Extra pelo Twitter: http://twitter.com/colunaextra.)
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