O Maracanã é logo ali - Coluna Extra

domingo, 6 de dezembro de 2009

O Maracanã é logo ali

No clima do jogo decisivo deste domingo entre Flamengo e Grêmio, convidei o amigo Jorge Oliveira Jr., do Papo FC, para dividir comigo um ping-pong com a jornalista Cristina Dissat, que desde 2004 acompanha os jogos e a movimentação dos torcedores dentro e fora do Maracanã pelo blog Fim de Jogo (@fimdejogo). Na entrevista, Cristina, que é vizinha do Maracanã, conta o que espera da cobertura do jogo que pode dar o título para o Flamengo e das dificuldades que enfrenta em dias de grande movimentação como será neste domingo. Ela também avalia as mudanças no Fim de Jogo neste cinco anos de coberturas. Confira a entrevista a seguir. E acompanhe a cobertura diferenciada de Flamengo e Grêmio pelo blog e pelo Twitter do Fim do Jogo.

Coluna Extra / Papo FC - Qual a expectativa para a cobertura do jogo de domingo? Será (ou está sendo) a cobertura mais importante desde que o Fim de Jogo entrou no ar?

Cristina Dissat - Quando a partida é decisiva fico muito ansiosa, pois quero passar o maior número de informações possível para ajudar os torcedores. É muita coisa para uma pessoa só, então a adrenalina é enorme. Eu e Celso (Celso Pupo, fotógrafo, marido da Cristina) corremos muito. Antes desta partida, um dos jogos mais importantes, havia sido o da Seleção Brasileira em 2007 e a final da Copa do Brasil entre Flamengo e Vasco, mas pelo número de visitas que estamos recebendo há mais de uma semana, comentários, dúvidas dos internautas e seguidores no Twitter, com certeza, esta é a cobertura mais importante da história do Fim de Jogo. Tentei uma credencial adicional para levar alguém para me ajudar na cobertura, mas isso não foi autorizado pela Acerj (Associação dos Cronistas Esportivos do Rio de Janeiro)

Coluna Extra / Papo FC - No caso da “final” de domingo, qual o plano para evitar estar dentro de tumultos e o corre-corre da polícia?

Cristina Dissat - Não tem como prever isso. As coisas acontecem de repente e mesmo sem querer você acaba dentro da confusão. Eu tentei fazer isso no último jogo entre Fluminense e LDU. Procurei me afastar, mas enquanto caminhava no entorno, sem querer, me vi na chegada dos torcedores da LDU. O que me salvou foi o crachá de imprensa que uso. A polícia conferiu e me deixou passar. Corri pela rampa para ficar em um lugar mais seguro. Tudo correu bem. No outro jogo do Fluminense, quando ocorreu um confronto com a guarda municipal, estava do lado na hora da correria. A gente tenta ficar de olho e se afastar, mas...

Não dá para imaginar como vai ser a chegada neste domingo porque muita gente vai tentar vir e entrar de qualquer jeito. E nesta partida, como estou só eu e Celso na rua, vou ter que entrar mais cedo do que o habitual porque até a Tribuna de Imprensa vai estar lotada.

Coluna Extra / Papo FC - Que tipo de dificuldade é mais comum em um jogo como o de domingo? Como contorná-la?

Cristina Dissat - Existem as mais práticas e as digitais. As práticas: basicamente o fato de fazer a cobertura sozinha com o Celso. Os meus filhos ajudam toda vez que podem, mas neste caso está pesando o lado torcedor e quando isso acontece não conseguem pensar em “trabalho” com a tensão de torcer. Esta dificuldade não tem como contornar. O jeito é correr e fazer o melhor que eu puder.

A dificuldade digital: muita gente usando celular, congestiona a rede e, às vezes, para publicar um post a gente demora o dobro do tempo normal. Não temos wi-fi aberto no Maracanã. Cada um usa a sua própria conexão e nem sempre funciona como você gostaria. Intercalo colocando post no twitter quando o 3G começa a falhar. Começo a assistir o jogo na parte externa da Tribuna, mas o netbook não aguenta o jogo inteiro. No intervalo, entro para a bolha para recarregar o netbook. Outra dificuldade é escolher o que fazer: filmo? twitto? escrevo no blog? faço uma foto? ou torço?

Coluna Extra / Papo FC - Com o tempo que o blog já tem, os torcedores reconhecem “pessoalmente” quem faz o Fim de Jogo? Você tem alguma idenficação do blog ou oficial da Suderj, que administra o Maracanã?

Cristina Dissat - Às vezes uso camisetas do Fim de Jogo, mas em jogos muito complicados evito. Sempre uso dois crachás. Um com a identificação do Fim de Jogo e outro que é a oficial da Acerj, que me dá acesso livre ao Maracanã (e outros estádios no Rio). Mas, ultimamente, para minha surpresa, já fui abordada algumas vezes na rua por pessoas que me perguntam se sou “a do Fim de Jogo”. O canal do Twitter do Fim de Jogo também aumentou muito isso. Outro dia, um seguidor escreveu: “Era você do Fim de Jogo hoje na Avenida Presidente Vargas, num Palio prata?. Outro escreveu “Eu vi a @fimdejogo no Maracanã, mas fiquei com vergonha de falar com ela”. Isso é algo que nunca imaginei que pudesse acontecer.

Coluna Extra / Papo FC - E qual a relação entre o blog e outros veículos? Você mantém contato, troca informações com sites, blogs, jornais, rádios?

Cristina Dissat - Isso está aumentando nos últimos tempos, principalmente entre blogs e sites do Flamengo. Aos poucos vamos descobrindo que tem muita gente de veículos da grande imprensa que segue a nossa cobertura. Isso também provocou a parceria com o blog Meio de Campo, do Globoesporte.com. Eles têm publicado vários posts nossos. Mantenho contato com o responsável pelo MSN. Noto, também, que entre os blogueiros está existindo um cuidado em me pedir autorização para usar conteúdo, fotos, etc.. O site oficial do Flamengo também já tem mantido um contato muito próximo, através do jornalista Juan Saavedra. Também somos parceiros do Blogão dos Esportes, do Alessandro Lisboa, e Central do Brasileirão, do Rodrigo Bonjour.

Coluna Extra / Papo FC - Qual a principal mudança no Fim de Jogo, além do template, desde que que você colocou o blog no ar? O tempo de dedicação ao blog aumentou muito?

Cristina Dissat - Uma das grandes mudanças foi a criação de uma homepage, com destaques, que entra no ar quando não tem jogo; inclusão de tags dos quatro grandes times no menu; inclusão de aplicativos do Twitter do Fim de Jogo para a cobertura em tempo real. E a primeira de todas, mas que tem algum tempo, é que passamos a cobrir tudo antes do jogo, atendendo ao que os internautas pediram. Esta semana, tive que dividir meu tempo totalmente. Sou jornalista científica, mas metade do dia tinha que ser Fim de Jogo. Foram centenas de comentários entrando sem parar.

Coluna Extra / Papo FC - Qual a sua cobertura inesquecível nestes cinco anos? Bate um nervosismo antes de um jogo importante como o deste domingo?

Cristina Dissat - Acho que foram duas por motivos diferentes. A primeira, a final da Copa do Brasil entre Flamengo e Vasco. Reunimos um grupo que ajudou, mas as cenas do acesso das arquibancadas, com policiais a cavalo, helicóptero voando baixo e milhares de pessoas tentando entrar no estádio, foi algo impressionante. Nessa época comemoramos muito porque chegamos a 100 visitas. No domingo, tivemos cerca de 10 mil pageviews. A outra cobertura marcante foi na final da Libertadores, porque registramos com exclusividade, e em video (mesmo só do celular), a chegada de centenas de torcedores da LDU, passando no meio da torcida do Fluminense. E sobre nervosismo, nossa, muito. O pior é quando é jogo do Flamengo porque acontece uma mistura da torcedora com a jornalista.

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