sexta-feira, 12 de outubro de 2012
Só virundum salva
O assunto surgiu ontem numa conversa entre amigos numa mesa do bar General Lee: letras de músicas cantadas de forma errada, com palavras trocadas por outras com sonoridade semelhante. São tantos os exemplos que a gafe ganhou um nome e virou hit na internet: virundum, numa alusão à letra do hino nacional (“ouvirundum Ipiranga...”). “Trocando de biquini sem parar” em vez de “tocando B.B. King sem parar”, da música “Noite do prazer”, da banda Brylho, é disparado o virundum mais conhecido - e mais cometido.
Fiquei pensando em casos recentes de virunduns cometidos por mim ou comentados por amigos e cheguei a uma conclusão: virundum virou um estilo. Ou seja, autores de músicas como “Camaro amarelo”, “Fiorino”, “Vem ni mim Dodge Ram” e outras pérolas que tocam nas rádios, TVs e baladas não estão deixando espaço para gafes. As letras já trazem versos pouco prováveis, a exemplo dos virunduns, e sobra pouco para o pobre do ouvinte “improvisar”.
Dúvida? Leia um trecho da letra de “Fiorino”:
De Land Rover é fácil, é mole, é lindo
Quero ver jogar a gata no fundo da Fiorino
Como ninguém está imune a ficar com um desses chicletes na cabeça, resta uma alternativa: entender errado de propósito o que essa turma está cantando e criar virunduns com versos bem melhores que as originais. A consciência ficará tranquila.