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O novo “ataque” do Tubarão
Referência do rock catarinense dos anos 80, o grupo Tubarão prepara o lançamento de seu primeiro CD. Em entrevista por email ao 7 notas, o guitarrista Juca May conta que as gravações do disco começaram em 2003, no Stúdio 156, em Florianópolis, e terminaram em 2005. “Essas gravações foram em ritmo bem lento”, diz. “Eu não tinha planos de lançar o CD até porque eu e o meu irmão (Deca, baixista e também fundador da banda) temos outras atividades e nenhum tempo para ir atrás de gravadora ou patrocínio”.
Se a banda não vai até o patrocínio...
O publicitário Wilfredo Gomes mudou os rumos do CD, como conta Juca. “Ele ouviu o CD e resolveu ‘bancá-lo’, pagando a masterização e colocando a agência dele, a OneWG, para lapidar capa, encarte e prensagem”, diz. Ainda sem previsão de lançamento, o guitarrista avisa que já deu o ok para a masterização, que está sendo feita no Magic Mastr, no Rio de Janeiro. “Acho que em 30, 45 dias o CD sai”.
Os hits e as novas
No total, o CD, ao qual 7 notas teve acesso, traz 15 músicas, incluindo novas gravações para os sucessos “Feitiço”, “História de amor”, “Só da você”, “Vou conquistar seu coração” (nas versões surf-music e acústica), “Black Suzete”, “Babaca”, “Pó” e “Vício”. “Eu fiz questão de regravar porque, além da necessidade de limpar um pouco a poeira dos anos 80, várias dessas músicas nós havíamos gravado às pressas, com bateria eletrônica, por exemplo”, explica Juca. Entre as seis músicas inéditas, destaque para “Gata”, “Acordar” e “Essa é a vida”, que mostram o que a banda sempre teve de melhor: a levada rock com ótimos riffs e refrões.
De fora
Originalmente, o CD deveria contar ainda com uma releitura para “(I can’t get no) Satisfaction”, clássico dos Rolling Stones, uma das grandes influências do grupo. “Mas infelizmente não conseguimos a liberação da música”, diz Juca. A versão do Tubarão para a música de Jagger e Richards, ironicamente, tem uma levada menos rock, mais suingada com um pouco de bossa e latinidad.
Quase todos
Fundado entre 1978 e 1979, o Tubarão, além de estourar vários sucessos nas rádios, participou de coletâneas nacionais, lançou discos pela BMG e pela RBS Discos e “deu um tempo” em 1993. De lá para cá, o grupo reuniu-se esporadicamente para algumas gravações que, de certa forma, resultaram no CD prestes a ser lançado. Nas gravações, além dos irmãos Juca e Deca, participam o guitarrista Murilo Valente, o vocalista Maurício Cavalheiro e o tecladista Carlos Trilha (que depois que saiu do grupo, fixou residência no Rio de Janeiro, tocou com Legião Urbana, Renato Russo, Léo Jaime, Ana Carolina, entre outros, além de produzir trabalhos como o recente disco de Lobão e de fazer parte da banda Tantra). O grupo contou ainda com músicos de apoio nos vocais, nos teclados e na bateria.
Não é apenas um revival
Num primeiro momento, Juca May mostra-se um pouco cético quanto à existência de uma público interessado no som da banda. “Mas realmente existe um espaço para o rock”, reconsidera. “Só resta saber se o CD está realmente legal”, brinca. Outro aspecto que o guitarrista faz questão de enfatizar é que, ainda que o disco tenha um caráter de coletânea por causa das regravações, a intenção não foi fazer um CD com cara de “retorno dos mortos vivos” ou “saudades dos bons tempos”, como ele mesmo diz. “Prefiro montar uma banda de bar e tocar boogie-woogie a noite inteira a fazer um único show de revival”.
No Orkut
Enquanto é preparado todo o esquema de lançamento do CD, que tal uma visita à comunidade do Tubarão no Orkut? Aproveite o passeio e visite também as comunidades do Expresso e do Decalcomania, outros dois dos mais representativos nomes do rock catarinense dos anos 80 e que também ensaiam um retorno ao disco e aos palcos.
Para envio de sugestões (discos, shows, etc), escreva para agenteinforma@gmail.com, colocando “7 notas” no campo “Assunto”.
Redação e edição: Alexandre Gonçalves
Reprodução permitida, desde que solicitada por email ou nos comentários.
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