A leitura do livro sobre Osmar Santos me fez lembrar do quanto sempre gostei de ouvir transmissões e programas esportivos no rádio. Sintonizava a Globo de São Paulo (para ouvir Osmar Santos), mas também ouvia a Tupi e a Globo, do Rio de Janeiro, a Record, de São Paulo, e a Gaúcha, de Porto Alegre.
Mas gostava mesmo era de ouvir a Rádio Guarujá. Meu pai sempre fala da programação da Jornal A Verdade, que nos anos 70, tinha uma equipe forte e pelo menos um programa que entrou para a história dos avaianos. Foi no Zero Hora Esportiva, apresentado por Miguel Livramento e Carlos Alberto Campos (se não me engano), que Fernando Bastos, autor da letra, e Luiz Henrique Rosa, autor da música, apresentaram pela primeira vez o então recém-composto hino do Avaí. “Na ilha formosa, cheia de graça...”.
Mas quando comecei a ouvir rádio, a emissora de maior destaque na cobertura esportiva era a Guarujá. E lembro que saía da escola e ia para casa com pai no nosso Fusca ouvindo a Vanguarda Esportiva, que existe até hoje na Guarujá, sempre ao meio-dia, e que na época era apresentado por Miguel Livramento e Luiz Osnildo Martinelli. Eu gostava ainda mais de ouvir as transmissões, especialmente quando ia para o Adolfo Konder com meu pai.
A gente ficava no canto da arquibancada perto dos eucaliptos, de radinho ligado. Eu procurava os repórteres de campo (Walter Souza, Hélio Costa, Nei Padilha...) e ficava ouvindo a narração. E naquela época a Guarujá em algumas partidas fazia um lance que nunca entendi direito. O primeiro tempo era narrado por um, o segundo por outro (o livro sobre o Osmar Santos conta que isso acontecia também nas rádios de São Paulo meio que para manter os egos equilibrados).
Naquela época eu gostava de ouvir o Miguel Livramento, o narrador da moda, até porque era mais narrador do que comentarista (e na época as paixões por Avaí ou Figueirense eram mais enrustidas). Tinha ainda o Adilson Sanches, que está hoje na rádio Santa Catarina, e o meu preferido, o falecido Murilo José.
Anos depois, fui saber que o narrador da camisa amarela, como Murilo era chamado, torcia para o Figueirense. Mas para mim isso nunca fez diferença. Sempre achei a narração dele muito boa, precisa e empolgante. Ainda não apareceu nenhum outro como ele no rádio de Florianópolis. Para quem não sabe, Carlos Eduardo Lino (comentarista RBS) e de André Lino (repórter da Guarujá) são filhos de Murilo José.
E para completar esse momento de lembranças do futebol na Guarujá, gostava dos comentaristas daquela época: Brígido Silva e Mário Inácio Coelho (que também escrevia no jornal O Estado).
Toda essa minha paixão pelo rádio esportivo já rendeu um projeto para um livro dedicado ao assunto. Um dia pretendo escrevê-lo. Mas se alguém quiser se adiantar e resgatar tantas histórias, fica a sugestão: Bola na rede, grito de gol - o rádio esportivo de Florianópolis de ontem e de hoje.
Adilson Sanches que nao lembra da vinheta que chamava o narrador.
ResponderExcluirEle me disse que o Miguel começou a narra na Radio Jornal A Verdade de pois que passou a perna nele em um jogo que seria transmitido de Chapecó.