Ripa na chulipa - Coluna Extra

segunda-feira, 19 de julho de 2004

Ripa na chulipa

Durante o fim de semana li Osmar Santos - O milagre da vida, a biografia do maior narrador esportivo do rádio brasileiro. Osmar sofreu um acidente automobilístico no final de 1994 e, mesmo tendo uma recuperação surpreendente, não pôde retomar sua carreira por causa dos danos causados em seu cérebro que praticamente lhe tiraram a capacidade de falar (trágica ironia).
Felizmente, tive a oportunidade de ouvir, num velho rádio Philips, Osmar narrando pela rádio Globo, de São Paulo. E era realmente empolgante. Era um narrador preciso, mas acima de tudo bem-humorado e cativante. Como ficar indiferente ao ouvir expressões como “pisou no tomate”, para identificar uma jogada ruim, ou a clássica “ripa na chulipa e pimba na gorduchinha”, que indicava o momento do chute ao gol? Sem falar no mais famoso grito de gol do rádio do Brasil: “Iiiiihhhh quiiiiiiiiii gooooolllllll!!!!”.
No sábado, quando comecei a leitura do livro, no sábado pela manhã, estava ouvindo o Jornal da CBN e aquela edição foi encerrada com uma homenagem aos 10 anos do Tetra. E para marcar a data, a CBN, que pertence ao Sistema Globo de Rádio, reproduziu todas as cobranças de penaltis entre Brasil e Itália na final de 1994, na narração dele, Osmar Santos. Emocionante. Ainda mais pelo fato de que o destino (palavra muito citada no livro) permitiu que o melhor narrador do rádio brasileiro tivesse a possibilidade de transmitir a vitória do Brasil em uma Copa do Mundo. Meses depois, Osmar não seria mais o mesmo.
 
(Osmar teve passagens pela TV como narrador da Copa de 1986 pela Globo, onde também apresentou um programa de auditório, assim como na extinta TV Manchete. Também ficou marcado como o mestre de cerimônias das manifestações da campanha das Diretas Já.)

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