Em estádio de futebol tem muito disso: se a torcida não vai com a cara de um determinado jogador começa a gritar “é esse, é esse” como se essa fosse a senha para que o time da casa chegue mais firme na marcação.
Do que vi até agora na Olimpíada de Atenas, num primeiro momento, o “é esse, é esse” deveria ser direcionado para o nadador norte-americano Michael Phelps. Arrogante demais com a frustrada tentativa de conquistar 8 medalhas de ouro e embolsar US$ 1 milhão (o desespero dele na derrota da equipe dos Estados Unidos na primeira prova revezamento foi o que motivou aquele comentário anterior no qual perguntei se o importante era mesmo competir).
Mas vendo o desempenho brasileiro nessa primeira semana de jogos cheguei a conclusão que quem merece ouvir os gritos de “é esse, é esse” é o presidente do Comitê Olimpíco Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman. Nos últimos anos, ele se mostrou mais interessado nessas idéias descabidas de promover Jogos Panamericanos e Olimpíada no Rio de Janeiro do que mostrar efetivamente uma política eficaz para o desenvolvimento do esporte brasileiro. Se tem, os “resultados não estão aí para comprovar”.
O judô, por exemplo, que deu as duas medalhas que o Brasil tem no momento, poderia ter resultados melhores com um pouco mais de apoio (é triste ver que um atleta precisou fazer uma rifa para poder participar dos jogos...). E a natação está parecendo o tênis: termina a era Gustavo Borges, Fernando Scherer (que ainda não nadou), Rogério Romero e quem vem depois? Cadê o fruto de um trabalho de base?
Da mesma forma, pela falta de uma cultura esportiva séria, Daiane dos Santos pode entrar para a história como um chuva de verão, tipo “houve uma vez no Brasil uma campeã mundial de ginástica olímpica”. A questão aqui não é nem ser o melhor. É ser competitivo, especialmente nos esportes individuais.
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