Uma dupla surpresa no balaio de CDs por R$ 9,99 das Lojas Americanas: na mesma prateleira encontrei (e comprei) “Õ blésq blom”, dos Titãs, e “Da lama ao caos”, de Chico Science & Nação Zumbi. Certamente alguém um dia já escreveu sobre os pontos em comum entre esses dois discos, lançados com 5 anos de diferença (o dos Titãs é de 1989 e o do Chico Sciense é de 1994). Não dá para dizer que sem o primeiro, o segundo não existiria. Mas fica evidente, em ambos, a necessidade de mostrar a mesma fusão de idéias e conceitos. Basta ouvir “A cidade”, de Chico Science, e comprovar o parentesco com “Miséria”, dos Titãs.
O que torna a ligação dos dois discos ainda mais forte, além da produção de Liminha, é que Recife é o ponto geográfico de referência para ambos. Os Titãs abrem e fecham o disco com vinhetas cantadas pelo casal Mauro e Quitéria que eles encontraram numa praia da capital pernambucana. A cantoria da dupla (um dialeto próprio com idiomas misturados), segundo a banda conta, serviu de estopim para o conceito e o próprio nome do disco. Chico Science & Nação Zumbi são e falam das coisas de Recife, dos maguezais de Recife e junto com outras bandas (Mundo Livre S/A, especialmente) capitanearam o movimento Mangue Beat que ajudou a colocar (ou tirar) um pouco de juízo num rock brasileiro mais do que perdido naqueles anos 90.
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