Aproveitando meus últimos dias de férias, resolvi ir na Feira do Empreendedor, que aconteceu de quinta-feira, dia 13, até ontem, dia 16, no Centro-Sul, em Florianópolis. E confesso que foi como voltar dez anos no tempo, quando estava iniciando minha carreira profissional e cobria alguns eventos semelhantes a este, igualmente direcionados para quem quer começar um negócio próprio. E o pior é que essa sensação de flashback não foi nada boa porque vi na feira desse ano muitas das “oportunidades” já exibidas dez anos atrás. Estavam lá o carrinho de chope, a máquina de fazer sacola, a máquina de produzir fralda, a máquina de bordar, a máquina de estampas... Só faltou a máquina de fazer tijolo.
Ao me deparar com todas essas máquinas fiquei em dúvida: seria isso um sinal de sucesso das máquinas como oportunidade de negócio ou seria um contrasenso total para um evento que prega - coerente com os rumos do mercado - a busca pela inovação e pelo diferencial competitivo? Dei mais algumas voltas pela feira e cheguei a conclusão de que a segunda opção é a correta, infelizmente. Ou seja, dentro da perspectiva de abrir um negócio com chances de consolidação e expansão, um carrinho de chope só não faz verão. Pode ajudar sim a sustentar aquele que os pesquisadores chamam de empreendedor por necessidade ou virador, mas não serve para os chamados empreendedores por oportunidade.
De todo o modo, o lado bom de um evento como a Feira do Empreendedor é que além das “oportunidades” há também a oferta concentrada de conhecimentos básicos e fundamentais para os futuros empreendedores. Fornecidos por consultores e técnicos do Sebrae, organizador da feira, esses conhecimentos ajudam a desmistificar as “máquinas de fazer dinheiro” e a ampliar as possibilidades do provável virador se transformar num empreendedor com maior capacidade de gerar empregos e renda.
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