“Numa noite fria de inverno, lá pelas três da manhã, chegou ao Cave o robusto mulato, de estatura mediana, cabeça pequena coberta por cabelos black power, com bigodes desamparados, muito simpático e falante, vestindo camisa verde-musgo, desbotada, de mangas curtas – a mesma com a qual saíra da prisão –, e chinelos de dedo, apesar do frio vigente, para espanto meu e de Almir, que o recebera à porta, depois de um breve incidente com o leão-de-chácara Canário, que não queria deixá-lo entrar na boate naqueles trajes.”
O texto acima descreve o primeiro encontro entre o cantor Fábio e o “robusto mulato de estatura mediana” de nome Sebastião Rodrigues Maia ou simplesmente Tim Maia. Essa é uma das muitas histórias contadas por Fábio no livro Até parece um sonho - Meus trinta anos de amizade e trabalho com Tim Maia. Entre as curiosidades, Fábio conta que foi o primeiro a ouvir “Azul da Cor do Mar”, uma das grandes composições de Tim. A inspiração teria vindo de um pôster com a foto de uma mulher nua à beira-mar, pendurado na parede da sala do próprio Fábio.
O amigo também escreve sobre as situações polêmicas protagonizadas por Tim Maia (morto dia 15 de março de 1998) como a relação conflituosa com Roberto Carlos, o envolvimento com a seita Universo em Desencanto (que rendeu os clássicos discos da chamada “fase racional”) e a “geladeira” que recebeu da Rede Globo.
Até Parece que Foi Sonho é um lançamento da Matrix Editora, tem 136 páginas e preço sugerido de R$ 23,00.
Tags: Música, Livros
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