Na Páscoa, em vez de chocolate, dei uma coletânea com gravações originais do Jorge Ben de presente para meu filho. Ele está estudando guitarra e escolheu aprender a tocar samba-rock, começando por “Pais tropical”, um dos muitos clássicos do Jorge Ben (indicação do professor. E ouvindo a coletânea, entre “Mas que nada”, “Que maravilha"”, “Bebete vãobora”, “Charles, Anjo 45”, o Vitor gostou muito de “Taj Mahal”. Além de ajudá-lo a tirar a música, também contei para ele a história do plágio cometido - não admitido - pelo Rod Stewart, que usou a melodia do refrão de “Taj Mahal” em “Do ya think i’m sexy”, um dos seus maiores sucessos.
Para refrescar a memória fiz algumas pesquisas e encontrei uma raridade no arquivo da Globo: uma ótima reportagem exibida no Fantástico do dia 18 de fevereiro de 1979, quando o Jorge Ben ainda estudava a possibilidade de processar o cantor escocês. A reportagem ouviu o próprio Ben e contou com o auxílio do grande maestro Radamés Gnatalli, que comparou os trechos da músicas (e atestou que eram as mesmas notas). Rod Stewart não fala, mas o texto em off diz que ele viria ao Brasil para explicar o caso para Jorge Ben e para os brasileiros e que tudo não passava de uma “coincidência ou uma traição de memória”. A reportagem também ouviu Edu Lobo (que contou a história sobre o Miles Davis ter roubado três músicas do Hermeto Pascoal) e Nelson Motta.
Apesar do plágio mais do que caracterizado, Jorge Ben não levou um tostão sequer na história. Ele abriu processo, mas Rod culpou o autor da música, o baterista Carmine Appice, e cedeu os lucros de “Do ya think i’m sexy” ao Unicef em um show beneficente na sede da ONU, em Nova York, no melhor estilo bom samaritano. Leia o que conta o ótimo site Song Facts sobre “Do ya think i’m sexy”.
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