Semana passada, em Florianópolis, participei do F5, evento da ABRADI-SC que discutir formatos inovadores de mídia online. Ontem e hoje, em São Paulo, acompanho as discussões do 9° Congresso Nacional de Jornais, da ANJ, que tem como destaque as formas de cobrança para a oferta de conteúdo online de qualidade. Ou seja, seja do ponto de vista das agências digitais, seja do ponto de vista dos publisherers, todos estão em buscas de caminhos para faturar com o conteúdo na internet.
Não há modelos fechados nem de mídia nem de forma de cobrança. Há, sim, boas ideias e ferramentas, como o Boo-Box, e iniciativas puxando o barco na cobrança de conteúdo, como o paywall do New York Times (que Folha de S.Paulo e Zero Hora aplicam aqui no Brasil). A escolha de qual caminho seguir vai depender sempre do que o dono do conteúdo tem e do que deseja alcançar. Há tempo para experimentar, mas não para delirar com ações que fogem do perfil da empresa, do público que pretende conquistar ou ampliar.
De todas as discussões que ouvi até aqui - do F5 ao Congresso da ANJ - há uma certeza: o conteúdo é Rei, como repetiram palestrantes nos dois eventos. É o que move o mercado digital acima de tudo. O desafio lá e cá é construir o castelo seguro para que o reinado tenha uma qualidade melhor. Ou ainda melhor, para sermos otimistas com o atual cenário.
O modelo e as mudanças no New York Times
A partir de material elaborado pela assessoria de imprensa da ANJ (Associação Nacional de Jornais), destaco abaixo os principais pontos da palestra de Michael Greenspon, gerente geral do Departamento de Serviço de Notícias do New York Times, na abertura do 9º Congresso Nacional de Jornais.
Paywaal
O sistema implementado pelo Times no digital, diferentemente dos sistemas adotados pelo inglês The Guardian (baseado em open journalism) e pelo Washington Post (baseado em crowdsourcing) – dois sistemas também inspiradores, hoje, para o setor jornal –, fundamenta-se em assinaturas digitais (paywalls) em plataformas diversas, conforme as necessidades dos assinantes.
Qualidade do conteúdo
Michael Greenspon acredita que o jornalismo pode ser majoritariamente pago por audiências que valoriza uma “elevada qualidade de conteúdos”. “O primeiro passo foi reestruturar o negócio, reduzindo custos, preservando, porém, a redação central”, diz Greenspon. “Por meio de pesquisas concluímos que a qualidade do conteúdo jornalístico interessa aos ‘cidadãos do mundo’ e, mais que isso, é um grande negócio.”
Do leitor
As pesquisas feitas pelo jornal indicaram que cerca de 40% da audiência do digital estava disposta a pagar por conteúdo online. “Hoje, 75% dos nossos assinantes no impresso usam (e pagam) pelo digital também”, revelou Greenspon. Isso ocorreu em um intervalo de tempo relativamente curto. Em 2009, quando surgiu o iPad, o Times se concentrava apenas na web. “Ficou evidente a disparidade entre o potencial dos tablets e o potencial dos smartphones, e apostamos nessa diferença.”
Um novo Times
O Times passou de “jornal tradicional em papel que também publicava no online” para “serviço de notícias e notícias sindicadas” com atuação em múltiplas plataformas e atento ao público majoritariamente jovem dos usuários de redes sociais.
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