Sempre fico incomodado com isso: ver estudantes e profissionais recém-chegados ao mercado que já tomam o perigoso caminho de descolar uma boquinha - em geral no serviço público - por critérios que não os mais legítimos (competência e merecimento). ´Tipo canto da sereia. Pior ainda quando jovens se deixam levar pelo tráfico de influência que vem de casa. Do pai, mãe, tio, tia, primo, enfim, alguém da família que mexe uns pauzinhos e encaixa o moço ou a moça num trabalho geralmente muito bem remunerado, mesmo que qualificação não seja a ideal para o cargo.
Sei que não falo de nenhuma novidade e que isso é normal - uma tradição, eu diria. Mas ainda assim é muito ruim ver gente topando esse caminho que no fim das contas é ilusório. Um dia acaba, mas antes que isso aconteça, o profissional já perde pontos com colegas que pensam assim como eu (aposto que são muitos). E por melhor que ele seja, fica difícil de confiar quando se sabe dos caminhos que o levaram até a posição anterior.
Se vale um conselho, em especial para os que estudando ou trabalham na área de comunicação e jornalismo, aí vai: apostem no próprio taco para se dar bem na profissão. Ser indicado ou lembrado por outros colegas porque faz bem seu trabalho ou porque tem uma trajetória na faculdade ou no mercado que mostrem iniciativa, ética, responsabilidade, entre outras qualidades, é muito melhor e mais gratificante que ser chamado porque um amigo do seu pai está num cargo e abriu , ou melhor, escancarou uma porta para você. Um dia ela se fecha.
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